“Meu maior prazer como artista é observar nos olhos dos espectadores a energia, encanto e fantasia que meu trabalho lhes traz.”

Ácia Stern nasceu em Tel-Aviv, Israel, mas veio criança para o Brasil. Concluiu os cursos de Desenho Industrial e Programação visual na UERJ.

Em 2000 mudou-se para Nova York com a família e foi nesse momento que surgiu seu interesse pela pintura. Estudou desenho e pintura na “School of Visual Arts”, no “Sunny College” e “Art Students League” em Nova York.

Atualmente vive em Cascais onde aceita encomendas de retratos a lápis e em breve ministrará aulas de desenho.

1- Acia, você é uma excelente desenhista. Quando surgiu seu desejo de pintar?
O desejo de pintar surgiu quando dei uma parada profissional na minha vida. Ao me mudar para NYC, não tinha visto de trabalho e aproveitei para fazer algo que sempre quis e nunca me dediquei antes. Eu sempre gostei de pintura e desenho, mas só levei para o lado profissional, depois do meu primeiro curso de pintura, quando me dei conta que para pintar bem, precisava dominar a técnica do desenho. Após vários cursos de desenho, voltei a aprender pintura, que com a base do desenho se tornou um pouco menos complexa.

2- Fale um pouco de sua técnica na pintura a óleo, como você consegue fazer uma perspectiva tão perfeita?
O domínio da perspectiva se adquire com muito estudo, observação e prática. A técnica que uso, aprendi na Arts Studets league of New York, um dos cursos de arte mais tradicionais nos Estados Unidos. A técnica é antiga e foi desenvolvida desde o século XV pelos grandes mestres da pintura, como Da Vinci e Van Eick.
Dou aula em meu atelier em Cascais, de desenho e pintura com um método revolucionário p/ crianças e adultos, onde, através de exercícios variados, estimulo o lado direito do cérebro dos meus alunos. Ou seja, todos podem e conseguem desenhar bem!

3- O que representa para você ser uma pintora?
A pergunta é complexa, assim como a minha resposta.
Acho que os artistas vivem para sentir o êxtase e encantamento do momento da criação.
Para me tornar artista plástica, passei por fases críticas. Tive de ir de encontro com minha sensibilidade. Uma tarefa delicada.
Também enfrentei longas horas de prática e repetição da técnica, até sentir que tinha dominado totalmente a habilidade.
Às vezes, pessoas me dizem que deve ser maravilhoso poder me dedicar a arte, pois seria como um trabalho sempre prazeroso, quase um hobbie. Posso afirmar que pintar não é um hobbie para mim e não é sempre prazeroso. O processo de criação, tanto quanto o de execução de uma obra são muitas vezes dolorosos pela sua complexidade.
A pintura é como uma janela no tempo. Ao estudar a obra de um artista, se penetra nas profundezas de sua mente.
Por isso nenhuma cópia, o melhor que ela seja, consegue revelar as profundezas da mente do artista original da obra.
Isso seria como vislumbrar a sombra de uma pessoa e pensar que você poderia conhecer a pessoa.

4- Como é trabalhar na ONG Morro da Alegria na Rocinha?
Posso dizer, com convicção, que meu trabalho no Morro da Alegria foi a melhor coisa que fiz desde que voltei a morar no Rio. A satisfação e alegria que esse trabalho me traz são incomparáveis com qualquer trabalho antes feito por mim. Os alunos são muito dedicados e apreciam minha dedicação como professora de desenho.

5- Quais as dificuldades que você enfrenta nesse seu trabalho?
São diversos os processos que enfrento para pintar um quadro. Desde a criação do tema do quadro até a adaptação desse tema, dessa idéia, `as formas visuais. Quando já tenho a idéia e o formato visual, enfrento as dificuldades da composição do quadro, uma das tarefas mais difíceis para o artista. A composição se baseia no equilíbrio de formas e cores, o qual é avaliado e julgado por nosso cérebro constantemente. Ao se deparar com uma imagem, nossa mente, automaticamente, procura equilíbrio, proporção e harmonia. Essa busca da “perfeição” é característica comum a todos nós, e os artistas que têm a felicidade de encontrar esse equilíbrio, são os mais bem sucedidos do ramo.

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